Da lama ao Caos é uma mistura de ritmos nordestinos como o maracatu de Recife, ritmos africanos regidos por surdos , tambores e talvez um pouco de rap na voz de Chico Science, tudo isso com muita criatividade, sensibilidade, e acordes de berimbau (ufa!). Mas tudo isso pode ser chamado apenas de Manguebeat. Não é a tôa que é considerado uma das novidades mais marcantes e relevantes da história da música nacional. É impressionante os tambores acompanhando os acordes distorcidos da guitarra, é perfeito como se casa os riffs agudos e as batidas super graves. O disco começa com "Monólogo ao Pé do Ouvido" uma mensagem que diz entre linhas: "Modernizar o passado é uma evolução musical". A segunda música chamada "Banditismo por Uma Questão de Classe" é uma cuspída na cara desigualdade nacional de forma bastante singular. Aliás o disco é bem crítico, segue um trecho da música "Computadores Fazem Arte":
"Computadores fazem arte
Artistas fazem dinheiro
Computadores fazem arte
Artistas fazem dinheiro
Computadores avançam
Artistas pegam carona
Cientistas criam robôs
Artistas levam a fama"
Esse disco foi e ainda é influência para várias bandas como: Cordel do Fogo Encantado, Mombojó, O Rappa. É destacável a performace impecável do guitarrista Lúcio Maia. Chico Science abordou a figura de ser humano como a de um carangueijo que vive um lugar que não é um habitate natural (lama) por sequência disso sofre diversos tipos de dificuldades (caos). Chico Science deixa a banda após um terrível acidente de carro em 97 após seu falecimento. Deu então lugar ao Jorge du Peixe. Hoje já digo que não está a mesma coisa.
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